domingo, 12 de junho de 2011


Meu primeiro compromisso do dia foi no CEU Aricanduva. Fui no dia de hoje, porque uma funcionária do teatro de lá me orientou na última terça acomparecer no fim de semana para pegar ingressos referentes à peça que estará em cartaz no próximo fim de semana.
A mesma funcionária explicou que só poderia ser retirado um convite por pessoa, por tratar-se de peça concorrida. "Nem se eu pedir pela escola?", perguntei tolamente. "Nem se você fosse professora do próprio CEU", respondeu com profundo enfado a mesma funcionária.
Tudo bem, chamei alguns alunos que talvez se interessassem a ponto de ir até lá comigo e fomos. E demos com a cara na porta, já que não havia nenhum funcionário do teatro para nos atender. O vigilante de plantão foi categórico: "Convites, só na segunda feira." Ora, segunda feira, quem pode ir até lá? Quem pode faltar à aula ou trabalho para, individualmente, pegar convites para teatro? Mais que isso, o que custa a um funcionário PÚBLICO verificar uma informação antes de repassá-la a alguém? Será que essa senhora não percebe que uma informação incorreta fez com que 40 pessoas perdessem seu tempo e dinheiro se mobilizando para dar com a cara na porta?
Há tempos que o funcionalismo deixou de ser público. A disputa cada vez mais acirrada pelos concursos não acontece porque esses empregos são bem remunerados ou por causa do tipo de trabalho, mas porque somos um povo preguiçoso que tem como objetivo na vida encontrar uma cadeira para pendurar seu paletó. Deixamos de valorizar o papel de intermediação do bem coletivo para perpetuar uma estúpida "burrocracia". Não escolhemos mais o serviço público pela capacidade de fazer melhor do lugar onde vivemos, mas para não correr o risco de ser demitido pela incompetência que fazemos questão de perpetuar. Obrigada, dona Irma, por me fazer perder mais um bocadinho da minha fé na humanidade.