segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Achei a mim mesma em comentário do passado e me dei conta de que muita coisa muda, mas o que é nosso permanece...

"A poesia para Drummond era cachaça. Para mim não: é o único território em que posso me despir, andar pelada à vontade, sem ninguém pra apontar e dizer:– Fecha a perninha, querida, fala baixo. Na página em branco, não há ninguém a reparar em saltos altos e maquiagens e horóscopos. Lá eu posso maquiar palavras e usar as infinitas máscaras, todas as que quiser. E construir quinhentos horóscopos para mim mesma. E equilibrar-me numa corda inventada. Depois deito fora, jogo fora os meus pincéis e as minhas cartas e volto leve, nua e feliz, para a cama. E só me deito com quem eu quiser."

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